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Demanda por IPOs no Brasil se torna menor

A baixa do real, o contexto pandêmico, a crise política e diversos outros fatores corresponderam diretamente em uma desvalorização na Bolsa de Valores brasileira, resultado que compromete diretamente a demanda por IPOs.

Segundo Eduardo Mendez, diretor de mercado de capitais e distribuição de renda variável do Morgan Stanley, as empresas que desejarem fazer sua estreia em IPOs devem ter mais dificuldade para acessar o mercado neste momento, principalmente por conta do cenário de maior risco.

Segundo Mendez, sempre que o mercado sofre com essas oscilações, empresas de menor porte, consideradas “small caps” passam por esse tipo de turbulência.

Por isso, ele afirma que o ano que vem, sendo um ano eleitoral, é improvável que o mercado de capitais repita o desempenho deste ano. “Teremos um mercado volátil, um ambiente político polarizado, mas ainda assim, um mercado ativo”, completou.

Entenda como o cenário afetou a demanda por IPOs

A euforia por um ano decente neste cenário se transformou em cautela e preocupação. Faltando apenas quatro meses para o fim do ano, os bancos de investimento estão revendo suas estimativas para o mês de dezembro.

Inicialmente, Pedro Mesquita, responsável pela área de banco de investimentos, projetava de 100 a 120 transações, com o valor de volume chegando em R$200 milhões. Mas a estimativa é que as ofertas de ações (IPOs) encerrem o ano com cerca de 90 operações, resultando em cerca de R$150 a R$170 bilhões.

Em entrevista dada à Valor, Igor Lima, gestor da Trafalgar Investimentos, disse: ”Para empresas diferenciadas, tem espaço. Mas vai ser preciso se ajustar no preço”. Ele ainda considera que o equilíbrio entre oferta e demanda tende a beneficiar os investidores por causa do baixo custo

Ainda que o mercado de IPOs tenha sofrido nos contextos atuais. O ano de 2021 deixou algumas marcas. Até agora foram realizadas 68 ofertas de ações entre IPOs e Follow-ons (ofertas subsequentes de ações), o que faz deste ano o melhor em termos de números de operações. Já o montante de ofertas soma R$121,8 bilhões, só perdendo para 2010 (RS149 bilhões).

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