Economia

Vendas no varejo sobem 2,1% na comparação anual

O que são as vendas no varejo?
O volume de vendas do comércio varejista mede o desempenho do setor responsável pela comercialização direta de bens ao consumidor final. É um dos principais indicadores da atividade econômica, por refletir o comportamento do consumo das famílias.

No Brasil, o índice é calculado mensalmente pelo IBGE e divulgado com e sem ajuste sazonal. Também são analisadas duas versões:

  1. Comércio varejista restrito: inclui oito grupos principais, como supermercados, móveis, roupas, farmácias e combustíveis.
  2. Comércio varejista ampliado: inclui, além dos oito grupos, os segmentos de veículos, autopeças e material de construção.

Como é calculado o volume de vendas?
Os dados são baseados em uma amostra de empresas varejistas de todo o país. Os resultados são divulgados em três bases de comparação:

  • Mensal (com ajuste sazonal): frente ao mês imediatamente anterior.
  • Anual (interanual): frente ao mesmo mês do ano anterior.
  • Acumulado em 12 meses: média dos últimos 12 meses comparada com os 12 meses anteriores.

Resultado de maio de 2025

  • O volume de vendas no varejo restrito cresceu 2,1% em maio na comparação com o mesmo mês de 2024, abaixo da expectativa de 2,4% e da taxa de 4,8% registrada nos 12 meses anteriores.
  • No comparativo mensal (com ajuste sazonal), houve retração de -0,2%, abaixo da expectativa de +0,2%, mas menos intensa que a queda de -0,4% em abril.
  • O acumulado em 12 meses ficou em 3,0%, sinalizando desaceleração frente aos meses anteriores.

Desempenho por atividades – maio 2025 frente a abril 2025 (ajustado)
Cinco dos oito segmentos do varejo registraram alta:

  • Equipamentos e material de escritório, informática e comunicação: +3,0%
  • Móveis e eletrodomésticos: +2,0%
  • Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: +1,7%
  • Tecidos, vestuário e calçados: +1,1%
  • Hiper, supermercados, alimentos, bebidas e fumo: +0,4%

Três atividades apresentaram queda:

  • Outros artigos de uso pessoal e doméstico: -2,1%
  • Livros, jornais, revistas e papelaria: -2,0%
  • Combustíveis e lubrificantes: -1,7%

No varejo ampliado, houve alta de 0,3% em maio, com destaque para:

  • Veículos e motos, partes e peças: +1,5%
  • Material de construção: estabilidade (0,0%)

Desempenho interanual – maio 2025 frente a maio 2024
Seis das oito atividades do varejo cresceram:

  • Tecidos, vestuário e calçados: +7,1%
  • Móveis e eletrodomésticos: +7,0%
  • Artigos farmacêuticos e de perfumaria: +5,5%
  • Equipamentos de informática e comunicação: +4,7%
  • Livros e papelaria: +2,5%
  • Supermercados e alimentos: +1,2%

Duas atividades recuaram:

  • Combustíveis e lubrificantes: -0,6%
  • Outros artigos de uso pessoal e doméstico: -0,4%

No varejo ampliado, as variações foram:

  • Veículos e motos: +1,5%
  • Material de construção: +4,7%
  • Atacado especializado em alimentos, bebidas e fumo: -5,1%

Resultados regionais

  • Comparação mensal (abr-mai): 20 das 27 unidades da federação registraram queda. Destaques negativos: Tocantins (-3,5%), Rio Grande do Norte (-2,3%) e Santa Catarina (-1,8%).
  • Comparação interanual (mai-mai): 22 estados cresceram, com destaque para Paraíba (+9,1%) e Alagoas (+6,7%). Cinco estados registraram queda, como Tocantins (-5,5%) e Rio de Janeiro (-0,9%).

Interpretação do setor varejista
Os dados de maio indicam perda de ritmo no varejo brasileiro, com queda no resultado mensal e crescimento interanual inferior ao esperado. A desaceleração reflete consumo mais contido das famílias, diante de inflação persistente em alguns itens, crédito ainda restrito e deterioração da confiança.

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