
Vendas no varejo caem -1,0% na comparação anual
As vendas no comércio varejista brasileiro recuaram -1,0% em março de 2025 na comparação com o mesmo mês de 2024, resultado abaixo das expectativas do mercado (-0,5%) e da taxa registrada em fevereiro (1,6%, após revisão). Na comparação com fevereiro, ajustada sazonalmente, houve alta de 0,8%, abaixo da projeção de 1,0%, mas superior à variação anterior (0,7%, revisada de 0,5%).
Destaques operacionais
O volume de vendas do varejo restrito cresceu 0,8% em março frente a fevereiro, com a média móvel trimestral variando 0,6%. No ano, o setor acumula alta de 1,2%, enquanto o acumulado dos últimos 12 meses registra crescimento de 3,1%. Na comparação anual, o resultado de março (-1,0%) foi o pior desde dezembro de 2023 (-1,3%).
No varejo ampliado, que inclui veículos, motos, peças e material de construção, o volume de vendas subiu 1,9% em março na comparação com fevereiro, após queda de -0,2% no mês anterior. A média móvel trimestral foi de 1,6%, acelerando frente ao 0,4% do mês anterior. No comparativo anual, o setor recuou -1,2%, com destaque negativo para veículos (-2,2%) e atacado de alimentos, bebidas e fumo (-3,6%).
Desempenho por segmento
Entre as oito atividades que compõem o varejo restrito, seis registraram alta na comparação mensal com ajuste sazonal:
- Livros, jornais, revistas e papelaria: 28,2%
- Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: 3,0%
- Outros artigos de uso pessoal e doméstico: 1,5%
- Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: 1,2%
- Tecidos, vestuário e calçados: 1,2%
- Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: 0,4%
Duas atividades recuaram frente a fevereiro:
- Móveis e eletrodomésticos: -0,4%
- Combustíveis e lubrificantes: -2,1%
No comparativo anual, cinco das oito atividades tiveram queda, com destaque para:
- Livros, jornais, revistas e papelaria: -6,9%
- Outros artigos de uso pessoal e doméstico: -6,3%
- Equipamentos e material de escritório, informática e comunicação: -2,1%
- Hiper e supermercados: -1,4%
- Combustíveis e lubrificantes: -0,8%
Três segmentos cresceram frente a março de 2024:
- Móveis e eletrodomésticos: 3,3%
- Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: 2,1%
- Tecidos, vestuário e calçados: 1,4%
Perspectivas
Apesar do resultado mensal positivo, o recuo na comparação anual indica perda de tração no setor varejista. A desaceleração do consumo pode refletir os efeitos dos juros elevados e da moderação no mercado de trabalho. Segundo analistas, o avanço de segmentos específicos como livrarias e eletrônicos pode ter sido influenciado por fatores pontuais, não necessariamente sustentáveis.
Sobre a pesquisa
Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta quarta-feira (15) pelo IBGE. A PMC investiga o desempenho de 10 atividades do comércio varejista em todo o país, sendo oito no varejo restrito e duas adicionais no varejo ampliado.