
S&P rebaixa rating da Braskem para ‘BB’ e mantém perspectiva negativa por alta alavancagem
A S&P Global Ratings rebaixou o rating global da Braskem (BRKM5) de ‘BB+’ para ‘BB’, citando alavancagem persistentemente elevada e um cenário desafiador no setor petroquímico. A perspectiva foi mantida como negativa.
Destaques operacionais
Segundo a agência, a indústria petroquímica global segue impactada por preços ciclicamente baixos, reflexo dos desequilíbrios entre oferta e demanda. “Não projetamos melhorias relevantes no curto prazo”, destacou a S&P.
Após resultados fracos nos últimos trimestres, a agência revisou suas projeções para a Braskem. A expectativa agora é que o índice de dívida sobre EBITDA permaneça em torno de 6 vezes, enquanto o indicador de geração interna de caixa sobre dívida (FFO/Dívida) fique em aproximadamente 7% até o final de 2025.
O rebaixamento também atinge:
- As notas seniores sem garantia, que passaram de ‘BB+’ para ‘BB’;
- As notas subordinadas, que foram reduzidas de ‘B+’ para ‘B’.
Por outro lado, os ratings na Escala Nacional Brasil foram reafirmados em ‘brAAA’.
Perspectivas
A S&P explicou que a manutenção da perspectiva negativa reflete os riscos de que as condições desafiadoras do mercado continuem limitando as melhorias na rentabilidade e nas métricas de crédito da Braskem. A agência reforçou que o cenário base considera um ambiente ainda pressionado no setor petroquímico global.
Resultados do 1T25: melhora operacional, mas fluxo de caixa ainda pressionado
No primeiro trimestre de 2025, a Braskem registrou lucro líquido de R$ 698 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 1,3 bilhão no mesmo período do ano anterior. O EBITDA recorrente somou R$ 1,3 bilhão, alta de 16% em relação ao 1T24. A receita líquida atingiu R$ 19,5 bilhões, avanço de 9% sobre o 1T24.
Apesar da melhora nos resultados operacionais, a companhia apresentou um fluxo de caixa operacional negativo de R$ 936 milhões, impactado principalmente por variações negativas no capital de giro e pagamentos de juros de dívidas emitidas no mercado internacional. A queima de caixa no trimestre foi de R$ 2,4 bilhões.
A dívida líquida da Braskem aumentou para US$ 6,6 bilhões no final do 1T25, elevando a alavancagem para 7,92 vezes o EBITDA recorrente dos últimos 12 meses, ante 7,42 vezes no 4T24.