
Setor público registra déficit de R$ 33,7 bilhões em maio
O que é o resultado primário do setor público?
O resultado primário do setor público consolidado mede a diferença entre as receitas e as despesas do governo, desconsiderando os juros da dívida pública. Esse indicador é acompanhado de perto como um sinal da disciplina fiscal: superávits primários ajudam a conter o crescimento da dívida, enquanto déficits indicam que o governo está gastando mais do que arrecada, mesmo antes de pagar os juros.
O setor público consolidado inclui o Governo Central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência), os governos estaduais e municipais, além das empresas estatais (exceto Petrobras e Eletrobras).
Como é calculado o resultado primário?
O cálculo parte da soma das receitas primárias (impostos, contribuições, tarifas, entre outros) e subtrai as despesas primárias (gastos com pessoal, custeio, benefícios previdenciários, investimentos, etc.).
Além do resultado primário, o Banco Central também divulga:
- Juros nominais apropriados por competência: encargos financeiros da dívida no período.
- Resultado nominal: soma do resultado primário com os juros nominais, refletindo o total do déficit ou superávit após o custo da dívida.
Resultado de maio de 2025
- O setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 33,7 bilhões em maio, uma melhora em relação ao déficit de R$ 63,9 bilhões no mesmo mês de 2024.
- O Governo Central teve o maior déficit entre os entes, com R$ 37,4 bilhões, seguido pelas empresas estatais, com R$ 926 milhões.
- Em contrapartida, os governos regionais apresentaram superávit de R$ 4,5 bilhões, o que ajudou a atenuar o resultado consolidado.
Acumulado em 12 meses
- O setor público passou a registrar superávit primário de R$ 24,1 bilhões (0,20% do PIB) nos 12 meses até maio, revertendo o déficit de R$ 6,0 bilhões (0,05% do PIB) acumulado até abril.
- A melhora reflete principalmente a base de comparação mais fraca de 2024 e o desempenho recente das receitas públicas.
Juros nominais e resultado nominal
- Os juros nominais apropriados por competência somaram R$ 92,1 bilhões em maio, acima dos R$ 74,4 bilhões registrados em maio de 2024.
- Esse aumento está relacionado à alta da taxa Selic e ao crescimento do estoque da dívida líquida.
- No acumulado em 12 meses até maio, os juros nominais atingiram R$ 946,1 bilhões (7,77% do PIB), frente a R$ 781,6 bilhões (6,95% do PIB) um ano antes.
- Já o resultado nominal – que considera o déficit primário e os juros da dívida – foi negativo em R$ 125,9 bilhões em maio.
- Em 12 meses, o déficit nominal acumulado somou R$ 922,0 bilhões (7,58% do PIB), ligeiramente abaixo dos R$ 934,4 bilhões (7,73% do PIB) observados até abril.
Interpretação fiscal
O resultado de maio mostra uma melhora no resultado primário frente ao mesmo período do ano anterior, apesar do aumento expressivo dos juros nominais. A carga de juros permanece elevada, o que impõe desafios à consolidação das contas públicas.




