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Moody’s revisa perspectiva do rating da Usiminas para positiva

A Moody’s Local Brasil revisou a perspectiva do rating da Usiminas de estável para positiva, mantendo o rating em ‘AA+.br’. A mudança é explicada pela conclusão das obras de renovação do Alto-Forno 3, que voltou a operar em novembro de 2023, e tem trazido melhorias na produtividade e custos da companhia. A seguir, detalhamos os principais pontos destacados pela agência.

Término das obras e melhorias operacionais

A revisão da perspectiva para positiva reflete, principalmente, o fim das obras de renovação do Alto-Forno 3, localizado na usina de Ipatinga. A operação do forno, reiniciada em novembro de 2023, tem contribuído para a melhora sequencial na produtividade e na redução de custos. A Moody’s também destacou que a Usiminas manteve métricas de crédito e liquidez fortes, mesmo durante o período de desembolsos associados à obra e com a maior necessidade de capital de giro para a compra de placas.

Setor siderúrgico e medidas antidumping

A Moody’s observa que o setor siderúrgico brasileiro como um todo está se recuperando, com os preços do aço caminhando para patamares mais saudáveis, especialmente após a implementação de medidas antidumping contra o aço de origem chinesa. Isso tende a beneficiar as empresas do setor, como a Usiminas, que mantém uma posição de liderança no mercado de aços planos.

Métricas financeiras e perspectivas

As margens da Usiminas começaram a apresentar uma melhora gradual, impulsionada pela alta nos preços do aço e pela recuperação do Alto-Forno 3. No entanto, a margem EBITDA ajustada da empresa foi de 9,2% nos últimos 12 meses, abaixo da média histórica de 13%. A expectativa é de que as margens continuem a melhorar ao longo de 2025.

Diversificação e atuação no mercado

A Usiminas é uma das maiores siderúrgicas brasileiras, com uma forte presença no mercado de produtos planos de alto valor agregado, direcionados principalmente aos setores automotivo e de indústria. A companhia também ocupa uma posição relevante no segmento de mineração, com exportações e vendas no mercado nacional. A diversificação de clientes e de usos finais de seus produtos contribui para a estabilidade do negócio.

Expectativas para o setor siderúrgico em 2025

O setor siderúrgico brasileiro fechou 2024 com crescimento significativo, com o consumo aparente de aço crescendo 8%, superando a estimativa de crescimento do PIB de 3,5%. Para 2025, espera-se que os principais setores consumidores de aço, como o automotivo, a construção civil, maquinário e bens de consumo, continuem com crescimento de 7%. A expectativa também é que os processos antidumping tragam mais estabilidade ao mercado.

Impacto do preço do minério de ferro

No segmento de mineração, os resultados da Usiminas foram impactados por uma queda no preço do minério de ferro, que caiu cerca de US$ 10 em comparação com 2023. No entanto, a expectativa é de que os preços do minério se mantenham estáveis entre US$ 90 e US$ 100, com menor volatilidade nos preços realizados pela Usiminas.

Investimentos e capex

A previsão de investimentos da Usiminas para 2024 foi ajustada de R$ 1,7 bilhão a R$ 1,9 bilhão para R$ 1,1 bilhão. A companhia concluiu etapas importantes do ciclo de capex com a renovação do Alto-Forno 3 e continuará com outros projetos de melhoria. Os investimentos para 2025 e 2026 deverão ser superiores ao capex de manutenção, até que a planta de Ipatinga seja completamente atualizada.

Gestão de liquidez e alavancagem

A Usiminas manteve um perfil de liquidez forte, com boa gestão de passivos, mesmo com os elevados desembolsos e a compressão de EBITDA. A alavancagem bruta ajustada foi de 3,0x ao final de setembro de 2024, em comparação com 2,7x ao final de 2023. A companhia emitiu uma debênture de R$ 1,8 bilhão e um bond de US$ 500 milhões, com vencimento em 2032, que foram utilizados para recomprar a dívida com vencimento em 2026.

Conclusão

A perspectiva positiva reflete as expectativas da Moody’s de que a Usiminas continuará a melhorar suas operações e margens, mantendo suas fortes métricas de crédito e robusta liquidez. A companhia tem demonstrado uma gestão proativa e conservadora, com boas perspectivas para os próximos anos.

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