
Azul (AZUL4) aprova aumento de capital de até R$ 6,1 bilhões
A Azul Linhas Aéreas anunciou a aprovação de um aumento de capital por meio da emissão de novas ações preferenciais. A captação poderá variar entre R$ 1,5 bilhão (subscrição mínima) e R$ 6,1 bilhões (subscrição máxima), com a emissão de, no mínimo, 47.033.273 e, no máximo, 191.101.066 novas ações preferenciais, ao preço unitário de R$ 32,08 por ação. A iniciativa faz parte da estratégia de reestruturação da empresa, visando fortalecer sua condição financeira, ampliar a geração de caixa e melhorar sua estrutura de capital, além de contribuir para a equalização do passivo da companhia.
Histórico de dificuldades financeiras
A Azul vem enfrentando desafios financeiros nos últimos anos, agravados por diversos fatores:
- Desvalorização do real: A depreciação da moeda brasileira aumentou os custos operacionais, especialmente aqueles denominados em dólares, como leasing de aeronaves e combustível.
- Aumento dos custos operacionais: Além da desvalorização cambial, a alta nos preços dos combustíveis e outros insumos pressionou as margens da empresa.
- Problemas técnicos: A Azul enfrentou desafios com o desempenho de motores de aeronaves, o que afetou seus planos de crescimento e resultou em negociações com fabricantes para compensações adequadas.
Classificação de crédito e reestruturação da dívida
Em setembro de 2024, a agência de classificação de risco Fitch Ratings rebaixou a nota de crédito da Azul para “CCC”, indicando um cenário de alto risco de inadimplência e considerando a estrutura de capital da empresa como “insustentável”.
Em resposta, a Azul iniciou um processo de reestruturação de sua dívida, alcançando acordos significativos:
- Renegociação com credores: Em outubro de 2024, a empresa concluiu a renegociação de dívidas com credores, resultando na obtenção de cerca de R$ 2,8 bilhões em novos financiamentos.
- Acordo com arrendadores: A Azul renegociou 98% de suas obrigações com arrendadores de aeronaves e fabricantes de equipamentos, totalizando cerca de R$ 3 bilhões em acordos firmados.
Recuperação judicial
Até o momento, a Azul não entrou com pedido de recuperação judicial. A empresa tem buscado alternativas para evitar esse recurso, incluindo a reestruturação de dívidas e a captação de novos financiamentos. O CEO da Azul, John Rodgerson, afirmou que a renegociação foi concluída com sucesso devido à confiança de seus parceiros na companhia aérea.
Perspectivas futuras
Com o aumento de capital aprovado e as medidas de reestruturação em andamento, a Azul busca fortalecer sua posição financeira e operacional no mercado aéreo brasileiro. A efetividade dessas ações será crucial para a sustentabilidade e crescimento da empresa nos próximos anos.