
IPCA sobe para 5,35% na comparação anual
O que é o IPCA?
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o principal indicador da inflação oficial no Brasil. Calculado pelo IBGE, o índice reflete a variação média dos preços de uma cesta de bens e serviços consumidos por famílias com rendimento entre 1 e 40 salários mínimos, abrangendo 16 áreas urbanas do país.
Como é calculado o IPCA?
Os preços são coletados mensalmente em estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços. O cálculo compara os preços médios do mês de referência com os do mês anterior. O índice é composto por nove grupos de despesas:
- Alimentação e bebidas
- Habitação
- Artigos de residência
- Vestuário
- Transportes
- Saúde e cuidados pessoais
- Despesas pessoais
- Educação
- Comunicação
Resultado de junho de 2025
- O IPCA subiu 0,24% em junho, levemente abaixo da taxa de 0,26% registrada em maio.
- No acumulado em 12 meses, a inflação acelerou para 5,35%, acima das expectativas (5,32%) e da taxa anterior (5,32%).
- No acumulado do ano, o índice registra alta de 2,99%.
- Em junho de 2024, a variação havia sido de 0,21%.
Principais contribuições para o índice de junho
- Habitação (+0,99%): maior contribuição do mês, puxada pela alta da energia elétrica residencial (+2,96%), impactada pela vigência da bandeira vermelha patamar 1. Este subitem teve o maior impacto individual no mês: +0,12 p.p.
- Também contribuíram os reajustes nas tarifas de água e esgoto, com aumentos em Brasília, Rio Branco, Curitiba e Porto Alegre.
- Transportes (+0,27%): voltou a subir após queda em maio. Apesar da queda nos combustíveis (-0,42%), o grupo foi impulsionado por:- Transporte por aplicativo (+13,77%)
- Conserto de automóvel (+1,03%)
- Táxi (+0,64%), refletindo reajuste em Belo Horizonte
 
- Vestuário (+0,75%): destaque para altas em roupa masculina (+1,03%) e calçados (+0,92%).
- Alimentação e bebidas (-0,18%): único grupo com variação negativa no mês, interrompendo nove meses consecutivos de alta.- Alimentação no domicílio caiu -0,43%, com destaque para:- Ovo de galinha (-6,58%)
- Arroz (-3,23%)
- Frutas (-2,22%)
 
- Alimentação fora do domicílio subiu 0,46%, com lanche (+0,58%) e refeição (+0,41%).
 
- Alimentação no domicílio caiu -0,43%, com destaque para:
Destaques regionais
- Maior variação: Rio Branco (+0,64%), influenciada pelo fim da promoção de meia-entrada em cinema e alta na energia elétrica.
- Menor variação: Campo Grande (-0,08%), puxada por quedas nas frutas (-5,15%) e na gasolina (-1,38%).
INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor
- O INPC, que mede a inflação para famílias com rendimento de até 5 salários mínimos, subiu 0,23% em junho.
- O índice acumula alta de 3,08% no ano e 5,18% em 12 meses, ligeiramente abaixo dos 5,20% registrados no mês anterior.
- Alimentícios: -0,19%
- Não alimentícios: +0,37%
- Maior variação regional: Belo Horizonte (+0,55%)
- Menor variação regional: Porto Alegre (-0,10%)
Interpretação da inflação
A leitura de junho mostra pressões persistentes em habitação e serviços, como energia elétrica e transporte por aplicativo. Por outro lado, a deflação em alimentação no domicílio ajudou a conter o índice cheio. Com a inflação acumulada em 12 meses superando 5%, o dado reforça os desafios para o cumprimento da meta inflacionária do Banco Central.
 
 




