Economia

IGP-M recua -1,67% em junho

O que é o IGP-M?
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) é um dos principais indicadores de inflação utilizados no Brasil. Calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), o IGP-M mede a variação de preços desde matérias-primas no atacado até produtos finais para o consumidor e custos da construção civil.

O índice é amplamente utilizado como referência para reajustes em contratos de aluguel, tarifas públicas, planos de saúde e mensalidades escolares, entre outros. Sua composição busca refletir de forma abrangente os diferentes estágios da cadeia produtiva.

Como o IGP-M é calculado?
O IGP-M é composto por três subíndices principais, cada um com peso específico:

  1. IPA-M (Índice de Preços ao Produtor Amplo) – 60% de peso: reflete a variação dos preços no atacado, tanto de produtos agropecuários quanto industriais.
  2. IPC-M (Índice de Preços ao Consumidor) – 30% de peso: mede a inflação percebida pelos consumidores finais.
  3. INCC-M (Índice Nacional de Custo da Construção) – 10% de peso: acompanha os custos da construção civil, incluindo materiais, equipamentos, serviços e mão de obra.

A variação mensal do IGP-M é apurada com base nos preços coletados entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.

Resultado de junho de 2025

  • O IGP-M registrou queda de -1,67% em junho, acelerando o recuo frente ao resultado de maio (-0,49%).
  • O resultado veio abaixo das expectativas do mercado, que previam retração de -1,02%.
  • Com isso, o índice acumula queda de -0,94% no ano e alta de 4,39% em 12 meses.
  • Em junho de 2024, o IGP-M havia registrado alta de 0,81% no mês e 2,45% no acumulado em 12 meses.

Desempenho dos Subíndices

  • IPA-M: Principal responsável pela queda, o Índice de Preços ao Produtor Amplo recuou -2,53%, após ter caído -0,82% em maio. O movimento foi puxado pelas Matérias-Primas Brutas, com retração de -4,68%, e pelos Produtos Agropecuários, que caíram -4,48%.
  • IPC-M: O Índice de Preços ao Consumidor desacelerou para 0,22% em junho, contra 0,37% no mês anterior. O grupo Alimentação passou de alta de 0,46% para queda de -0,19%, refletindo a deflação em itens in natura.
  • INCC-M: O Índice Nacional de Custo da Construção subiu 0,96%, frente aos 0,26% registrados em maio. O principal destaque foi o grupo Mão de Obra, com alta de 2,12%, impactado por reajustes salariais.

Principais Influências e Comentário do IBRE

  • Produtos como milho (-16,93%), açúcar VHP (-17,49%) e café em grão (-11,01%) lideraram as quedas no IPA. No varejo, o recuo foi puxado por itens como tomate (-7,20%), ovos (-7,60%) e mamão papaya (-11,28%).
  • Por outro lado, entre os aumentos destacam-se a tarifa de eletricidade residencial (3,02%), passagens aéreas (3,39%) e café em pó (3,23%).
  • Segundo Matheus Dias, economista do FGV IBRE, “o avanço das safras tem alimentado expectativas de maior oferta, pressionando os preços para baixo tanto ao produtor quanto no varejo. Já na construção civil, os custos continuam sendo impactados pela mão de obra, em função dos reajustes salariais recentes.”

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